segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

ENTREVISTA COM DEPUTADO RAAD MASSOUH

01 -- Deputado, o senhor reapresentou o projeto para extinção dos 14º e 15º salários por conta de uma preocupação econômica ou é uma tentativa de melhorar a imagem da Câmara Legislativa, que se encontra bastante arranhada por conta de tantos escândalos?

Raad – Eu tenho essa preocupação há anos. Em março de 2009, apresentei esse projeto de lei, querendo o fim dos 14º e 15º salários, mas, lamentavelmente, ele ficou pelas comissões temáticas e não seguiu para Plenário. Este ano, assumindo a 1ª secretaria da Câmara Legislativa, reapresentei o projeto, abrindo a participação para toda a Mesa Diretora. Temos 13 assinaturas e espero que agora o projeto passe rapidamente pelas comissões e vá ao Plenário para ser votado. Minha preocupação é com a questão econômica, com a imagem da Casa e, acima de tudo, com o respeito pela população. Se todos ganham até o 13º salário, por que os deputados têm que ganhar dois salários a mais? Eu sempre abri mão desses salários porque não é justo recebermos salários a mais que outros cidadãos.

02 -- Em 2009, quando o senhor apresentou a proposta, pela primeira vez, ela foi rejeitada. Ela foi derrubada por 20 votos contrários e três ausências. Teve apenas um voto favorável. À época, o senhor era suplente. Agora, como primeiro-secretário da Casa, acredita que esse resultado pode mudar? Por quê?

Raad – Não acho que o resultado mude por ser agora 1º secretário. Acho que deve mudar porque a maioria dos deputados distritais eleitos fez à população um discurso de moralidade e transparência. Para honrar seus discursos, acho que eles votam a favor do projeto. O discurso de antes da eleição tem que virar ação depois da posse na Casa.

03 -- Quantas assinaturas já foram colhidas até agora?

Raad- Colhemos 13 assinaturas, mas para que uma proposta de projeto de lei tramite na Câmara Legislativa necessita apenas de oito assinaturas. De qualquer forma, ainda estamos conversando com os parlamentares para ter maior número de parceiros nessa lei.

04 -- Alguns deputados defendem que a ajuda de custo é um direito constitucional? O que o senhor tem a dizer sobre isso?

Raad – A Constituição nos permite abrir mão de uma coisa que pode ser de nosso direito. Abrir mão dos 14º e 15º salários é uma forma de mostrar que, nessa legislatura, a Câmara Legislativa do Distrito Federal quer representar a comunidade com ética, moralidade e transparência e, por isso, seus integrantes não podem ter “benefícios” diferentes dos trabalhadores.

05 -- Como o senhor vê a ganância de alguns deputados, que afirmam necessitar da verba extra, alegando que a despesa deles com a família é bem alta?

Raad – Não gostaria de usar esse termo “ganância” e apenas considero que cada um deve tomar a decisão que achar melhor para sua vida e aceitar as consequências de seus atos. O que, nesse caso, pode ser a resposta negativa do eleitor na próxima eleição.

06 – O que o senhor tem a dizer para a população que a cada dia fica mais descrente e indignada com os parlamentares que se servem dos privilégios do patrimônio público?

Raad – Posso dizer que eu e, tenho certeza, muitos colegas na Câmara trabalharemos para que a imagem desgastada da Casa seja revista. Quero fazer muito em favor da comunidade porque é para isso que fui eleito. Meu gabinete, o de nº 20, está sempre à disposição dos eleitores para receber sugestões e críticas. Além disso, para maior participação da comunidade tenho o site www.deputadoraad.com.br

Deputados e eleitores precisam estar juntos para termos mais saúde, mais segurança, mais educação, mais trabalho. Temos que nos orgulhar de nossa cidade e de nossos políticos.


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